Azulejos de Belém: revestindo sua história constitui-se na criação de uma linha de estampas inspiradas nas referências da cultura e iconografia paraense, voltadas para revestimentos cerâmicos, com a utilização de signos que representem uma espécie de estética belenense, carregados de representação simbólica, aplicados ao design de superfície. A escolha pelo design de superfície deu-se por este ser um campo pouco explorado na região Norte, mas de grande potencialidade, tendo em vista a riqueza de elementos simbólicos, de cores e texturas da Amazônia, além de possuirmos uma gama de profissionais nas artes plásticas, design, arquitetura, moda, decoração e outras diversas áreas que poderiam apropriar-se destes conhecimentos para potencializar os resultados de seus trabalhos.
Historicamente, o homem sempre utilizou a superfície como mídia de comunicação simbólica: desde as figuras das caçadas nas cavernas, passando pelas faixas decoradas e cerâmicas da Grécia, os mosaicos bizantinos e romanos, os azulejos islâmicos, hieróglifos egípcios, caligrafia chinesa, as superfícies dos metais celtas, das joias africanas, os tapetes persas, a cerâmica marajoara e a cestaria indígena, para citar algumas das mais conhecidas.
Às vésperas de completar 400 anos, Belém vive um período bastante oportuno para a discussão a respeito de seu patrimônio e da importância de sua preservação. O projeto propõe-se a divulgar e preservar a cultura de nossa cidade, contando e recontando nossas histórias através dos azulejos, resgatando, desta forma, nossas memórias coletivas e afetivas.